quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

“AS MÃOS QUE FALAM”

Somos os alunos do 10º-12 e do 12º-A2 e resolvemos através deste jornal, mostrar um pouco da nossa cultura e comunidade surda, algumas curiosidades em Língua Gestual e estratégias comunicativas a ter em conta. Esperemos que gostem!
“A voz do surdo são as mãos e os corpos que pensam, sonham e se expressam. Pensar sobre surdez, requer penetrar no mundo dos surdos e “ouvir” as mãos que com alguns movimentos nos dizem o que fazer, para tornar possível o contacto entre mundos envolvidos!
É importante assim conhecer a Língua Gestual.” (Autor desconhecido)
A Língua Gestual deve ser reconhecida e dignificada pelo seu real estatuto, enquanto primeira língua da comunidade surda, sendo, doravante e por direito, utilizada no ensino dos alunos surdos. Entende-se por Surdo (com letra maiúscula) todo o indivíduo que, por não ouvir, é plenamente visual, acedendo por isso, naturalmente, à língua gestual da respectiva comunidade, construindo assim uma identidade cultural própria.
A Declaração de Salamanca de 1994, nas directrizes finais (directriz A, ponto 21) reconhece a importância da língua gestual e a necessidade de garantir que todas as pessoas surdas tenham acesso ao ensino na língua gestual do seu País.
Estratégias comunicativas a ter em conta na sala de aula, caso exista intérprete de LPG
Falar o mais perto possível, colocando-se à mesma altura e de frente do aluno surdo, para que este tire mais proveito possível da leitura da fala.
Colocar o aluno de costas para a luz natural e esta deve bater de frente para o falante.
Quando caminha pela sala ou enquanto escreve no quadro, procure não realizar explicações ou informações básicas oralmente.
Comunicar frases curtas e completas gramaticalmente, não utilizar palavras soltas e movimentos exagerados da boca.
Nas explicações deve manter-se de frente para a turma, utilizando os recursos expressivos e gestuais que estejam ao seu alcance (desenhos, fotos, objectos, novas tecnologias…)

Algumas curiosidades em LGP:
Ao contrário do que muita gente pensa, diz-se Língua gestual e não Linguagem gestual, pois a LPG tem uma estrutura, gramática e dinâmica próprias, tal como a Língua portuguesa.
Não se diz surdo-mudo, mas apenas surdo, porque o aparelho auditivo não influencia o aparelho fonador. Os surdos não falam porque não sabem pronunciar as palavras (dependendo dos casos).
A Língua Gestual é diferente de País para País e de região para região.
Os surdos pensam melhor por imagens e memórias visuais.
A Língua Gestual é acompanhada por movimentos corporais, expressões faciais e até sons vocais.
Cada palavra corresponde a um gesto, a não ser que ainda não tenha sido inventado um gesto para a descrever, levando assim à criação de códigos gestuais por parte dos surdos.
A LPG tem um alfabeto gestual que tem por nome a dactilologia.
Até breve!
Filipe Rocha – 12º A2
Joaquim Barbosa – 12º A2
Luís Valente – 10º-12
Paulo Paúl – 12º A2
Sandra Cruz – 10º-12
Intérprete de LPG: Ana João Castro

Sem comentários:

Enviar um comentário