quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

NEM TODAS AS NOTÍCAS SÃO AS MELHORES


Morreu um "dos nossos" e Grande - Jaime Isidoro.

Não penso que fosse daqueles "reformados" que aparecia aos jantares de Natal ou de qualquer coisa...Mas a sua biografia diz-nos que, aos 84 anos, o pintor portuense Jaime Isidoro tinha no seu currículo a Escola Soares dos Reis como primeiro emblema da sua aprendizagem artística. Como tantos outros que, enquanto alunos e/ou professores, ousaram desafiar a Memória/Nmemósina, pedindo à mãe das Musas a inspiração, ou seja a força de vontade para trabalhar, para desenhar, para insistir nessa tarefa nunca terminada de recriar ou criar o mundo, inventando aquilo que é preciso, porque lhe falta.Nunca é tarde demais afirmar que a Escola, a nossa "escola artística" a "nossa Soares" tem que ser, antes de mais e acima de tudo, uma fábrica de formas, um local onde se vem aprender a trabalhar e no duro. Afinar as mãos até ganhar calos, Que ninguém nasce ensinado, como o sabemos e também o sabia o Mestre Jaime Isidoro. A partir da sua paleta e das galerias que fundou e frequentou. Como a Alvarez. Ou a Dois, na Boavista. Como a Bienal de Cerveira. Por amor à arte e à aventura de com ela abrir janelas nos muros da ignorância, do mau gosto ou da estupidez. Porque a Arte, qualquer que ela seja, estando mais perto do espírito humano, está mais perto da sua liberdade, a grande Terra dos Sonhos!
E este artista foi também um professor e um divulgador da Arte, essa coisa que faz de nós gente, porque é um modo talvez menos infeliz ou mais inquieto de andar por este mundo, apoderando-nos dos seus segredos e mistérios. Porque só assim a cultura é o elemento humano por excelência, o nosso meio vital.
Cumpre-nos a nós, que somos continuadores da Escola Soares dos Reis, honrar a Memória destes nossos Signos vivos. Que nos precederam e honraram, com o seu trabalho, luta, abnegação e amor às causas e às pessoas. E só há uma forma: amando a sua obra e trabalhando com afinco. Paz à sua alma.

José Melo (Professor)

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