ELA
I . FACTO
A brisa distraída murmura
E o meu ser de estado manso
Adormecido com o balanço
Da cadeira onde está sentado
Sonha com a possibilidade
De sentir a tua sempre presente ternura
Encontrando-me assim
Em tão profunda alienação
Se esforçou a brisa
Em ser gentil e amiga
E não dando ouvidos
À sua sempre presente fadiga
Insistiu calmamente em me fazer entender
Que do desejo de te ver
Para o acto
Apenas basta a criação do facto.
II . PRESENTE
Presente
Nem pai do que há-de ser
Nem filho do que há-de perecer
Mas sim no sentido inverso
De ausente
Aguardo, esperançado
Pela vinda do teu necessário ser
Que me tirará deste torpor alienado
E me mostrará a força
Do apenas querer.
III . TROVÃO
Não te vendo
E o teu ser não aparecendo
O tempo se esvai
A brisa se vai
O querer esmorece
A vontade adormece
E aparece então o trovão
Que irá incendiar a paixão
Que tímida, inerte, se esconde
Em todo o canto do meu coração
E que força esta tem
Que afasta qualquer um
Que por ti também vem
Conseguindo guiar-me a mão
Pelos caminhos que a ti me levarão
IV . SERÁ
Ser enigmático
Considerado fantástico
Pelo qual se suspira
Vindo sempre com disfarce
Que raramente tira
Não é de admirar
Que a minha procura se afunde
Pois todo o meu ser se confunde
Será a minha amante?
Será a morte?
Ou, com um bocado de sorte
A vida?
Da certeza que colhe
À duvida que tolhe
O caminhar fica louco
E sabe a pouco
Ficar no fim a saber
Que todas poderão ser.
De Carlos Ramos
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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